Wednesday, November 29, 2006

Caricaturas Crónicas 22

UM VOTO POR CARNEIRO COM BATATAS
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

«- Isto não são lá eleições nem meias eleições!»
«- Diz V. Ex.ª muito bem! A urna já não dá nada!
Nem um reles carneiro com batatas!»
(Joaquim Costa, in Alfacinha, a 31/10/1882).

O acto eleitoral como almoço da carneirada, como campanha política, como caça ao voto, como corrida ao Poder, sempre foi um assunto favorito para o caricaturista ou humorista. Tal atracção deve-se à riqueza de motivações e situações passíveis de serem satirizadas ou ironizadas, deve-se ao flagrante antagonismo entre a palavra política e a realidade no dia-a-dia do Zé Povinho.
Se hoje o caricaturista tem ainda muito com que se «inspirar», no século XIX havia um mundo especial, onde a carneirada era conquistada pelo “carneiro com batatas” e onde as situações eram diferentes. Este pitéu foi durante anos um dos artifícios de arregimentar votos, oferecendo de comer no dia da votação a quem lhes desse o voto. Os partidos poderiam ser diferentes o manjar era o mesmo.
Vejamos pois como a caricatura do século passado via o acto eleitoral. O primeiro e mais importante elemento de base, neste jogo é o político, o futuro deputado que procura um lugar sentado à sombra do S. Bento, que ainda não sabe se tem porta aberta ou fechada para ele. O político não é um qualquer, é um «talento perspicaz, saber profundo, dai-lhe dinheiro, dar-vos-á o mundo» (Maria, in O Patriota a 6/9/1847); É uma individualidade influente, é um comprador de sonhos e projectos («votai em mim, eleitores, que sou um homem de brio, pelos votos dou dinheiro, e quem dá é sempre tio» - Anónimo, in Demócrito a 9/7/1865). É a retórica das promessas, é o compromisso da realização de mundos e fundos, mas que quando está no Poder esquece os mundos e fica com os fundos: «No dia dos votos Zé Povinho tem tudo o que lhe apetece - em expectativa: tem estrada para a sua aldeia, um novo sino para o seu campanário, tem vinte mil réis de feijão a mais para o rancho do seu regimento, tem três mil e quinhentos pelo voto.» «O outro dia - no outro dia Zé Povinho tem tudo aquilo o que não quer: tem um novo imposto, tem um deputado novo, e para substituir o pão sem peso, tem pau sem conta e sem medida.» (R.B.P" in António Maria"a 18/8/1881).
O político é um indivíduo arregimentado a um partido, o qual poderá ou não ser o Poder. Ora, como o Poder é o objectivo principal a atingir para este, facilmente se pode compreender uma certa mobilidade, com tendência para se apoiar no que está na mó de cima: «Coisas do mundo! Estas almas do Progresso (partido Progressista) tão devotas, alcançaram nobres palmas, tornando-se engraxa botas! // Qual camaleão ser vário, mudar como o catavento, é quanto hoje é necessário, para entrar no Parlamento.» (Anónimo, in Demócrito a 25/6/ /1865).
O político é um vendedor de promessas, é um comprador de votos, o que significa que o eleitor está disponível a vender-se. Eis como se fabrica um eleitor: «Os cinco sentidos eleitorais: primeiro vê-se uma cara vela de doze (dinheiro); depois ouve-se uma promessa tentadora...; mais tarde cheira-se o carneiro com batatas; em seguida gosta-se do torreano ( vinho) de 80 réis o litro, e por fim apalpa-se o chão com as costelas. E aqui está como se vota.» (R.B.P., in António Maria a 1/11/1883.)
O eleitor vende-se, é enganado, «apalpa o chão com as costelas» e volta a vender-se. Porquê? É que «o eleitor é como os carneiros de Panurge: atira-se para a urna inconsciente, indo atrás do choro d'um emprego ou de uma promessa. (...) Quando os ventos mudarem e os donos d'agora queiram segurar os últimos carneiros suceder-lhes-há fatalmente marcharem com eles para o abysmo...» (R.B.P., in «Pontos nos ii» a 18/11/1886.)
O eleitor é como um rato que apesar de conhecer a armadilha, cai sempre na «ratoeira eleitoral» (Sebastião Sanhudo, in «Sorvete», a 28/9/1879), tendo como engodo o «carneiro com batatas» e o bom vinho, que o nosso povo se quer alegre. O acta eleitoral é como uma feira (R.B.P.. in António Maria, a 19/10/1879) onde cada partido monta a sua tenda (porque a barraca monta-a quando governar), chamando os eleitores pelo cheiro ou orientando-os como um bando de perus: «Para a ninhada regeneradora (partido oponente aos progressistas) ser grande, o galo do partido não tem mais remédio senão arrastar a asa às galinhas que põem ovos de ouro /…/ Ainda há circuitos em que os eleitores 'independentes' se levam à urna como um bando de perus.» (R.B.P. in António Maria a 16/10/1879.)
Se as tendas com carneiro com batatas são a atracção, o momento fundamental é a partida para o Poder. A feira envolve assim o Hipódromo onde cada partido aposta no seu Jokey, mas, seja quem ganhe, o político fica sempre de pé, e o Zé... Já dizia Raphael que a política era uma senda escabrosa por onde passam os políticos interrogando-se: «Ora porque será que ele cai (o Zé) e nós ficamos sempre em pé:» (António Maria a 23/10/1879.). Mistérios do mundo eleitoral ainda por resolver.
Entretanto perdeu-se a moda de voto por carneiro com batatas: «Então, vizinha, que há de novo? - Tudo de mal a peior! O meu António até está arriscado… a ir votar de graça! Uma coisa assim!» (J. Costa in Alfacinha a 3l/10/1882).

Friday, November 24, 2006

Caricaturas Crónicas 21

O FUNCIONÁRIO
Por. Osvaldo Macedo de Sousa

Anúncio: «Nas repartições mais bem pagas do Estado precisa-se de
empregados que queiram passar algumas horas d'aborrecimento
em serviço da Nação. Fornece-se-lhes papel e tinta: contínuo às ordens;
lume para aquecer os pés no Inverno e relógio adiantado.
Férias para todo o mês de Setembro de cada ano, nos dias de gala e santificados.
Entrada das 10 às 3 da tarde (podendo fechar a gaveta às duas).
Os pretendentes apresentarão até uma arroba de cartas de empenho,
e não precisa saber escrever. Pede-se que haja a maior
concorrência a estes lugares, para bem da Nação»
(Sebastião Sanhudo, in O Sorvete, 25/9/1881).

O funcionário, nomeadamente o público, porque o privado tem a sua privacidade mais em guarda, nunca foi bem encarado por aqueles que têm que suportar as bichas, que são cada vez mais; que têm que sofrer o reumatismo burocrático, sem remédio. O funcionário, por essas mesmas razões, não é apenas um trabalhador, mas um remédio, um supositório (de informações), um bode (sem sentido pejorativo) expiatório da raiva ao poder burocrático, seja do simpatizante ou opositor governamental.
O funcionário foi, ou é, uma criação laboral para diminuir os desafortunados, desprovidos de herança, de costas ao alto, o símbolo de um trabalho invejado por aqueles que o relógio de ponto é o nascer e pôr do Sol, daqueles que nasceram poetas das visões tangentes, solares.
Em Portugal, como na Europa, as profissões eram normalmente hereditárias, ou congénitas como doenças, e só com a dita revolução tecnológica/científica do século passado se conseguiu alterar essa sequência natural do saber, para se perder na vacina escolar.
Nesses tempos «nascia-se amanuense, governador civil, par do reino, deputado, ou director-geral, como se do ventre materno se trouxesse já, por uma fatalidade orgânica, o estigma desse destino funcional, semelhantemente ao que acontece com tantos e variados tipos anómalos que surgem à luz da existência na deformada série que vai do lábio leporino ao pé boto. Ser empregado público, não ir à repartição era o ideal de todo o portuguesinho valente, que sabia, pela influência dos seus progenitores cadastrados na regulamentada rotação da política dinástica, ter direito ao usufruto». (Cristiano de Carvalho, in Revelações, Lis boa, 1932.)
Hoje, a hereditariedade dinástica foi abolida, como se uma revolução pudesse alterar as conquistas, em sorna, de vários séculos, em portuguesismo. Entretanto, as profissões perderam grandemente a tradição familiar, conservando-se, contudo, a tradição dos melhores postos laborais para os familiares, ou amigos mais próximos.
A competência, num país de lebres e furões, não é relevante, porque, como garante o Respeitável Conselheiro (bem sentado sem fazer nada; enquanto os decretos, portarias, ofícios, reformas… esperam amontoados): - Isto de heróis: só por antiguidade» (Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, in António Maria, 16/12/1897.)
Antiga é a passividade portuguesa, que em linguística se diz burocracia, como se burros fôssemos todos nós, e os crácios fossem imperadores, como o funcionário Pancrácio.
Fazer funcionar, em competência e rapidez, seria o trabalho missionário do funcionário, quando ele está vocacionado, em alturas que as vocações faltam, a não funcionar, na medida em que o não funcionário também não funciona, mas reclama. O funcionário é a burrocracia na luta heróica contra a estatística do desemprego, é o Estado «d’aborrecimento em serviço da Nação».

Thursday, November 23, 2006

Caricaturas Crónicas 20

BANHADAS
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

Narra a lenda que quando o rei fazia anos, o reino metia água, ou seja, era a altura do banho anual do súbdito. Hoje, com a implantação republicana, as lendas e narrativas são outras, assim como as banhadas.
Já não há reis, mas presidentes, só que estes proliferam nos clubes, administrações, mesas, assembleias, freguesias... o que provocou um natural aumento, inflacionário, de dias de banho.
Tomava-se banho como penalização real, toma-se banho por satisfação termal, já que, entretanto, após as glaciações invernais, foi aquecendo o tempo, político-climatológico, provocando os «verões quentes», e quentes verões. Se, nos primeiros, as banhadas são impostas, nos segundos, surgiu o banho como descoberta da nobreza ociosa, da gente de sociedade, que das redes de peixe fizeram rendas de bilros. Foi a descoberta da areia; do sol, da água como recreio, a moda do despir, das temporadas de praia.
As temporadas são períodos de tempo, o qual é soalheiro ou invernoso, como se os extremos fossem unos em lazer. As temporadas da neve, e as do mar polarizam assim os gostos, que as meias-tintas são a monotonia do burguês em pantufas.
Num país de praias e descobridores, a capital descobriu a moda das estâncias balneares em Pedrouços, depois AIgés... Caxias... Carcavelos... Parede... Estoril... o «Tejo de Christal», um prazer que se foi afastando, até o cristal passar a garrafão, e finalmente em plásticos e esgotos.
Se foi difícil a implantação do gosto pelo banho, hoje os preparativos para o banho em certas zonas coincidem ainda com os trâmites de outros tempos: «Tendo esperado confiadamente que passem os caniculares e que o tempo assente, resolve-se tomar uma deliberação. - Não se me irá transtornar a natureza?.. - Em todo o caso sempre me purgo... - Venha lá uma gotinha d'água pela cabeça... (de regador)» (Raphael Bordalo Pinheiro, in «Antonio Maria», de 16/9/1880).
Instituindo-se algumas dessas praias, como medicinais, mantêm hoje os mesmos trâmites, só que inversos. Antes ia-se primeiro ao médico, agora vai-se depois.
Os banhos de água doce toleravam-se por imposição, enquanto que os de mar eram reservados como terapia contra as mordeduras de cães raivosos, por exemplo. E se ontem se curava a raiva, hoje ficamos raivosos com as longas bichas, com as multidões, com os garrafões e rádios aos gritos, com os preços balneários. Expandiu-se o hábito de tomar banho provocando graves problemas à vida social, já que proliferou como virose de férias, e como emigração populacional para a grande banheira, que é o mar. Um problema social, por ter sido o desgaste de regalias da sociedade ociosa, e uma alteração civilizacional, por vir a ser a transformação das zonas ribeirinhas, em antros comerciais.
Para a beira-mar se deslocam, em excursões, na procura do sol, que quando nasce é para todos, e das banhadas, como se as que os políticos proporcionam, constantemente, não fossem suficientes. Chamem-lhes «pacotes», ou «ondas», e a nossa vida anda como as marés, com a Lua; e aos altos e baixos.
Mas quais as razoes porque tomamos banho nas praias? «Por ordem do médico (contra a dita raiva, que hoje chamam de «stress») / Por limpeza e ingenuidade (pois crêem ficar mais limpos, depois da imersão em tais águas) / Por namoro (que aí não se podem esconder as misérias, sobressaem as virtudes)/ Por modo de vida (de Tarzans e afins) / Porque ele é belo e quer mostrar o busto - Mas a verdade é porque andam muitos pés sujos por aí.» (Raphael Bordalo Pinheiro, in «António Maria», 16/9/1880.)

Wednesday, November 22, 2006

Caricaturas Crónicas 19

FERNANDO PESSOA CARICATURAL
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

Há fisionomias mais caricaturáveis do que outras, seja por integrarem elementos anatómicos preponderantes ou ausentes, seja por se rodearem de uma iconografia tipificada, mesmo que vulgarizada em outros indivíduos. Este é o caso de Fernando Pessoa, um poeta ilustre, mas vulgar de feições.
Porém, se as suas obras literárias ficaram para a eternidade, o mesmo aconteceu a uma imagem sua, que em caricatura síntese se reduz a um triângulo capilar facial, igual a muitos outros bigodes; uns óculos que muita gente usa, principalmente os que vêem mal; um chapéu preto que se encontra em qualquer chapelaria, para protecção contra o Sol e outras intempéries. Dos olhos, boca, nariz, cabelo... nada reza a história. Talvez o queixo ainda se salve.
É na base dessa iconografia que se têm realizado múltiplos retratos, caricaturais ou não, que agora proliferam na busca do poeta perdido.
No caso de Fernando Pessoa, artista, a questão caricatural agudiza-se, porque ele é muitos e um só Pessoa. É na multiplicidade de seres que ele é, dividindo-se por Caeiro, Reis, Campos, Soares... criadores que existiam dentro dele; mas dos quais não há retratos, para além de uma descrição literária feita pelo Campos. Após a morte e desaparecimento daqueles, e na base desse texto, Almada Negreiros deixaria a sua interpretação plástica dos três primeiros.
Portanto, foi só o Pessoa que se manteve como fonte fisionómica para a criatividade caricatural, que durante a sua vida não foi muita. Dos caricaturistas que o conheceram, apenas quatro o transpuseram para o papel. Foram o Stuart Carvalhais, Bernardo Marques, Almada Negreiros e Teixeira Cabral. Stuart num breve retrato/ilustração para um artigo literário; Bernardo Marques em dois desenhos alegórico/satíricos; Almada em múltiplos desenhos e telas; Teixeira Cabral numa genial caricatura síntese.
Pela sua importância no meio artístico, pode-se considerar que ele não teve a repercussão caricatural que merecia. Só que este elemento não é de estranhar, quando se sabe que só muito recentemente se tem vindo a descobrir a verdadeira dimensão da obra e a sua importância. Essa descoberta tem sido tão intensa que, por vezes, lhe é prejudicial na popularidade.
Por outro lado, e apesar dele ter sido amigo e companheiro de tertúlia de muitos dos caricaturistas que dominavam os periódicos desses tempos, que impuseram o modernismo em Portugal, ele não era um amante da caricatura. Pessoa, por questão estética, ou política, não soube reconhecer a importância do humor no âmbito da irreverência que os do Orpheu reivindicavam no âmbito estético; não soube reconhecer a importância estética e sociológica na difusão de conceitos e ideias modernistas. Ele defendia a concepção filosófica de Baudelaire, em que o humor provém do lado diabólico do homem, que é o triunfo da futilidade. Esquece-se que por vezes a futilidade é mais incómoda que a monotonia, a passividade quotidiana.
Posteriormente, seria o mestre João Abel Manta a fazer uma caricatura de interpretação filosófica. Vasco (de Castro), no princípio desta década (de 80), viveria um período dominado pelo Pessoa, organizando diversas exposições com caricaturas, desenhos, pinturas suas, assim como a publicação de serigrafia e livro biográfico. Nesses anos foi o artista que melhor difundiu a personagem de Pessoa, o que não impede de ser ignorado pelas instituições do Poder, quando expõem os artistas que pintaram Pessoa.
Agora, com a aproximação do centenário (que entretanto já passou), com a transformação do artista em noticiário, em actualidade de eventos, poucos são os artistas que ainda não foram obrigados a retratá-lo/caricaturá-lo. Assim se poderão encontrar obras de António, Maia, Pedro Palma, Relvas, Zíngaro, Cid, Rui, Artur...
Os centenários, na actualidade, são uma moda, um retrato caricatural de como o povo português vive a cultura, ou seja, celebra a morte, quando os artistas já não podem ser incómodos para o poder.

Monday, November 20, 2006

Caricaturas Crónicas 18

AS MULHERES DE STUART Carvalhais
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

Pertencendo a uma das duas metades da humanidade, a mulher nunca foi parte igual na sociedade que constitui com o homem, seja porque detém o poder matriarcal, seja porque é "sexo fraco". Fraca ou forte, "a mulher é uma equação que não sendo bem resolvida pode dar uma regra de três" (in “A Bomba”, 1946), donde resulta o macho sobreviver numa eterna obsessão.
Dos humoristas portugueses, quem melhor apreciou a mulher foi sem duvida o Stuart Carvalhais. Numa visão machista, como é a nossa sociedade, mas sempre com ternura, porque a olhou elegante e decorativa ao gosto do Barradas e do Soares, a retratou típica e popular como o Manuel Macedo, a desenhou pobre e miserável como grito da pobreza ou da sombra da noite, e a todas fez sensuais, esbeltas. Dizia um cronista que, desde que o Stuart morreu, as varinas perderam as suas pernas bonitas. Mas, "porque é que o Stuart desenha tão bem pernas? - Não vê a menina que eu vivi muito tempo... em Pernes?!" (Stuart Carvalhais, in “Sempre Fixe”, 20/4/1933).
Quem fala em mulheres fala também no amor, esse bater de corações que reduz o homem da sua posição de sexo forte, que o faz subjugar-se a elas, a rastejarem na sua trilha: "Estes rapazes de agora" "- Não tem mesmo habilidade nenhuma! Já me segue há duas horas, e ainda não me deu ocasião para chamar um polícia..." (Stuart, in “Sempre Fixe”, 30/3/1933).
Após a conquista seguia-se o namoro, que agora os costumes estão um tanto mudados - "A tua nova namorada é bonita? - Não sei... Pinta-se de tal maneira que ainda não lhe pude ver a cara." (Stuart, in “Sempre Fixe”, 7/4/1938).
Ditas sexo fraco, porque frágeis e sensíveis, de lágrima teatral fácil, são elas que orientam o jogo da conquista. Pela determinação do seu querer ou, pelo seu cuidado em evitar abrir as guardas da defesa, são elas que fingem deixar-se levar, só que nesse jogo nem sempre conseguem ter o adequado "timing" de resistência, ou ter sorte ao amor, e então suspiram - "Tantos malmequeres! Tantos hei-de procurar, que devo encontrar um que diga: Bem me quer!" (Stuart, in “Sempre Fixe”, 12/5/1932).
Após a conquista consumada e dados os louros ao macho triunfador, não é fácil à mulher conservar o seu homem, já que este é um animal pouco fiel, e ela de novo suspira (trejeito muito seu) - "Se ao menos ele enganasse as outras comigo!" (Stuart, in “S.F.”, 3/9/1930), ou "Pudesse eu também meter numa gaiola o meu amor..." (Stuart, in “S.F.”, 29/8/1929).
Chega-se então ao casamento: "Mamã! Por que motivo os noivos se dão as mãos quando se casam?" "- Pura cortesia! Também os jogadores de boxe apertam as mãos antes do combate!" (Stuart, in “S.F.”, 13/2/1930). Inicia-se desta forma a grande sequência de anedotas das sogras e demais guerras que não nos interessam para o caso. Apenas o ciúme, esse velho companheiro do amor que faz enfurecer o homem - "Não achas que as tuas saias estão muito curtas?" "- Não, filho, as saias estão bem, as pernas é que são muito compridas" (Stuart, in “Sempre Fixe”, 26/5/1927).
Os anos passam, e "os beijos aos 16 dão-se; aos 20 vendem-se, aos 40 compram-se" (Stuart, in “S.F.” 29/10/1930). A crueldade do tempo não perdoa - "porque é que é pecado perguntar a idade às senhoras?" "Porque as obriga a mentir." (Stuart, in “Sempre Fixe”, 12/11/1936). Só que as mulheres do Stuart são eternamente belas, mesmo as de vidas sofridas.
Também das mulheres da noite, ninguém até hoje soube dar um retrato com tanto carinho e amargura, porque as conhecia e amava, porque elas são a tábua perdida de homens que naufragam na solidão do macho, porque "chamam-nos perdidas, mas é connosco que se encontram."
A última das mulheres que o Stuart desenhou foi a 'Flausina' esse ser sintético, perdido entre o vazio mental dos homens e as formas sublimes da natureza, a falsidade da vida que acasalava magnificamente com o 'Baú-Bau' dandy.

Saturday, November 18, 2006

AMADEO DE SOUZA-CARDOSO CARICATURISTA


Por: Osvaldo Macedo de Sousa

É tradição considerar-se a primeira fase, as origens de um artista como pertencente ao mundo «anedótico» das biografias, os tais momentos em que os pais andavam babados pelos riscos geniais nas paredes da sala, dos desenhos amorosos nos dias dos pais e do professor… assim como, os primeiros desenhos de irreverência de adolescente, os quais, nalguns artista, acabarão por ser os únicos momentos em que foram verdadeiramente ousados.
Mas há origens e origens e, no Portugal do início do séx. XX, encontramos entre os modernistas, artistas em que as origens são um período de especial interesse, como é o caso de Almada Negreiros, Jorge Barradas, António Soares, Carlos Botelho ... Amadeu de Sousa Cardoso. Estas origens, que se individualizam na obra geral, estão ligadas à caricatura, não por uma pseudo facilidade artística, mas porque como dizia Leal da Câmara «a caricatura ia na vanguarda».
Amadeo de Souza-Cardoso é um transmontano nascido em Amarante a 14 de Novembro de 1887. Filho da alta burguesia transmontana, teve uma educação esmerada, e quando chegou o «tempo», optou pelo estudo da Arquitectura. Um ano em Coimbra e outro em Lisboa bastaram para o convencer da nulidade do ensino neste país. A alternativa consistia pois procurar nova profissão, ou prossegui-la noutro país.
Paris, a «cidade de sonho», onde a boémia, o prazer, o dinheiro e as artes dominavam, foi o lugar eleito por Amadeo (1906), uma escolha igual à de tantos outros artistas do mundo inteiro.
Apesar de a Arquitectura ter sido a opção oficial para um curso académico, já há algum tempo que a sua mão procurava outras formas de expressão, procurava a linha, a linguagem do traço, a caricatura como síntese da expressão. Um estudo iniciado em Portugal, prosseguido em Paris, mas sempre com o apoio conselheiro do seu grande amigo e poeta Manuel Laranjeira: «Eu compreendo porque você tem falhado todas as vezes que tenta caricaturar-me, meu amigo, e vou dizer-lho. É porque você ainda está na idade em que se não ri das coisas tristes, você toma-se muito a sério, e quando tenta caricaturar-me, o lado sombrio da criatura que se torce dolorosamente em si ‘mesma’ avulta no seu espírito; e você, que não sabe nem pode rir-se de uma coisa assim, falha -- tem de falhar. Eu, se soubesse desenhar como você, creio que fazia a minha caricatura em dois traços singelos e estou certo que o faria profundamente grotesco e doloroso.» (Carta datada de Espinho, 24 de Abril de 1906.)
«Esplêndido, repito: você está de dia para dia adquirindo mais vigor e sobretudo mais sobriedade no desenho. É de resto uma evolução natural, que eu previ quando há dois anos, mal você balbuciava a linguagem das linhas, o aconselhei a desenhar, a desenhar, a desenhar muito, a desenhar sempre. Para entrar na posse plena de uma língua é preciso falá-la, falá-la sempre, sem desânimos, sem cansaços, obstinadamente. O desenho é uma língua também com uma estrutura própria que se adquire trabalhando, trabalhando infatigavelmente.» (Carta datada de Espinho, 23 de Outubro de 1907.)
Amadeo partiu para as artes como que numa luta pelo controle da linguagem gráfica, procurando não só o domínio técnico mas também da vida, trabalhando tanto a «mimese» naturalista como o retrato profundo, e por vezes grotesco que é a caricatura.
Não são muitas as obras humorísticas ou caricaturais de Amadeo, mas das poucas que se conservaram denota-se uma evolução (a tal que Laranjeira testemunha), um crescer de exteriorizações estéticas, conseguindo autênticas pequenas obras-primas da caricatura.
Denotam-se influências, para além dos conselhos de Laranjeira? Bem, em Portugal naquela altura ainda o naturalismo pictórico era rei e senhor, e na caricatura a escola raphaelista dominava, mas já tinham havido algumas dissidências e já se conhecia a obra de um Leal da Câmara ou Celso Hermínio, e estes tiveram certamente influência no traço caricatural de Amadeo. As suas obras são como que uma fronteira entre essas «ilhas» gráficas do mar raphaelista, e a futura onda do modernismo dos anos dez.
Quando os anos dez chegaram já Sousa Cardoso estava longe da caricatura, tinha partido para outros mundos, talvez um pouco exóticos segundo alguns, e que no fundo são fruto daquela filosofia de trabalho impulsionada pelo amigo poeta, e que o levou, de 1906 a 1911, à busca das formas, conquistando assim o seu lugar na revolução estética do nosso século.
A partir de 1912, com a complementação pela cor, Amadeo precipita-se na «conquista das vanguardas», a febre da pesquisa domina-o. A revolução está na destruição das escolas, e ele ultrapássa-as: «( ... ) as escolas estão mortas. Nós, os jovens, procuramos a originalidade. Eu sou impressionista, futurista, abstraccionista, de tudo um pouco.» (1916, in entrevista no Primeiro de Janeiro). Procurará a modernidade de Baudelaire: «La modernité c'est le transitoire, le fugitif, le contingent, la moitié de l'art, dont l'autre moitié est l'éternel et l'immuable». Trabalhará todas as correntes estéticas do seu tempo, dará o seu contributo e abandoná-las-á. Teve a necessidade de tudo dizer nos seis anos de vida que lhe restavam. Mostrou o seu valor, mas não o pôde desenvolve-lo, pois viria a morrer em Espinho a 27 de Outubro de 1918, com a pneumónica, epidemia que mataria cerca de um milhão de portugueses. Tinha regressado de França em 1914, por causa da Guerra, e seria na sua casa de Manufe que criaria a maior parte da sua obra. Em 1916 deu a conhecer a sua obra ao público português (no Porto e Lisboa), ousadia que lhe trouxe alguns dissabores, por incompreensão, por saloice do nosso meio cultural.
Em Amarante há um magnifico Museu com o seu nome, obra e obra de amigos.
Neste momento a Gulbenkian, em Lisboa tem uma magnifica retrospectiva da sua obra em Exposição. A não perder.

Friday, November 17, 2006

Caricaturas Crónicas 17

O GOZO E A ARTE
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

As artes plásticas, na observância caricatural, têm sido, não raras vezes, perspectivadas no e pelo gozo, que como visão objectiva da subjectividade de cada um, pode proporcionar as mais diversas análises visuais frontais, ou laterais, em que tudo começa no gozo da criação, qual deus genitor. Nesse acto individualista, ou não, pode realizar-se então o gozo da deformação como acto de rebeldia à natureza, na expressão mais expressionista, no conceito mais conceptual, no gesto mais gestualista, ou na «surra» (crítica) mais realista-paranóica da visão.
Num segundo passo, dá-se o gozo do autor perante o ar estupefacto do público visionário, que se questiona interiormente entre o gozo da obra visível, cuja visão por vezes é o gozo ao autor. ou o sentimento contrário, em que os observantes se sentem perante o «rei que vai nu».
A fronteira entre os gozos, como gozos recíprocos, o gozo independente ou unitário, é de difícil destrinçar, como uma trança que se perde nos cabelos rebeldes da criação.
Dessa forma, quantas obras de valor criativo têm sido mal recebidas pelos humores críticos, e tantas outras de simples oportunismo gozacional têm sido embandeiradas como génio de expressão artística.
O conceito de gozo-desfrute é um sentimento inerente à Arte, em passividade-paixão perante a obra, na divinização das regras fundamentais do prazer que a «educação» construiu no espírito de cada um. É um gozo «sério» e interiorizado, porque o gozo extrovertido e humorístico é, em princípio, social, contrário ao conceito de arte, séria, encarando-se consequentemente as artes de gozo como pertencentes ao mundo dos seres menores, como se a maioria da seriedade fosse apenas o domínio dos músculos faciais de expressão reservada em controle dos 18 músculos risíveis.
O mais curioso é que poucos são os criadores dessas artes do riso, que sejam gentes risíveis. Talvez por terem nos olhos lentes de ironia, fiquem com amargo de boca para a vida.
O gozo faz-se com tudo, mesmo com as Artes, principalmente as ditas sérias, e o primeiro gozo caricatural sistemático às ditas plásticas foi realizado por Francisco Valença e Nuno Simões, referentes aos Salões de Pintura. Nesses «Salões Cómicos» estes autores parodiavam os quadros expostos, alterando-lhes os títulos, criando «pensamentos» aos retratados, etc. Mais tarde, Valença fará uma nova paródia aos quadros modernistas da Brasileira, e no fundo o género ‘paródia’ sempre foi o gozo entre os companheiros de artes.
Mas o humor, como expressão do gosto do público e como seu reflexo irónico de pensamento, não fica apenas pela paródia, vai também ao anedótico da vida ou da obra dos artistas. Um dos temas preferidos foi o «modernismo», mais conhecido por futuristas, em que a incompreensão do público perante as «originalidades» do autor provocava os seguintes diálogos: «- No meu poema de imagens elevadas, tudo tende para a ascensão, terminando com uma finalidade que se resume numa elevação sempre crescente e ascensional.» «– Homem! Isso não é um poema é um ascensor...» (Jorge Barradas, in «Sempre Fixe», de 21 de Janeiro de 1932.)
«Convidei-o, meu ilustre artista, não só para ver a minha galeria de quadros, mas para sobretudo me dizer o que. representa este seu quadro.» «- É meu, efectivamente, está assinado, mas pintei-o há tanto tempo que já não me lembro.» (Rocha Vieira, in «ABC a Rir», de 10 de Julho de 1921.).
«Estes futuristas fazem uma pintura que a gente não percebe e, além disso não usam molduras.» «- Tens razão, a outra pintura, quando a gente não a percebe, ao menos percebemos... as molduras.» (Stuart Carvalhais, in «Sempre Fixe», de 5 de Fevereiro de 1942.)
Mas, de todos os gozos, o mais sublime é quando a inspiração não dá mais do que o riso de si próprios e das suas misérias: «Abertura da Exposição de Belas-Artes e 'fechadura' da bolsa dos compradores. - Os escravos de «Barata Salgueiro»: Ave, Matrerialão, os que vão morrer... de fome saúdam-te.» (Francisco Valença, in «Sempre Fixe», de 14 de Abril de 1937)
«Qual a sua profissão?»«- Pintor.» «- E o seu estado?» «- Como vê, é lastimável.» (Jorge Barradas, in «Sempre Fixe», de 13 de Outubro de 1927.)

Wednesday, November 15, 2006

Caricaturas Crónicas 16

OS SANTOS POPULARES
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

«Estalam bombas e foguetes /
andam balões no ar, /
E o Manuel e a Maria /
à «rasquinha»... sem jantar.»
(in «A Bomba», 25{6/ /1946)


São tempos de folguedos, manjericos e amores, é o solstício no calor da esperança, como falsa ilusão do amadurecimento do ano, da vida.
O seu símbolo é a «cascata», a vida como reconstrução da realidade em bonecos rústicos, em bonecos de pés de barro, como o são os santos, políticos, que se instalam no topo, enquanto o eterno Zé, por tradição ou burrice, mantem-se a seus pés, pedindo cinco tostões (de empréstimo) para o Santo... deficit.
De deficit não consta a Hagiologia, mas dos Santos Populares são três os festejados: um especialista em amores e milagres; outro que tanto pode aparecer como o «cordeiro sacrificado dos políticos», como as eleições, sem batatas; finalizando com o «primeiro-ministro», que abre as portas do «céu», apenas aos seus amigos.
O dos amores é o Santo António: «Gosto muito de cravos / por serem lindas flores / vejam todos como é lindo / este que cheira a amores.»
«Desculpa ser este cravo / tão mesquinho em valor / se ele é de papel de seda / é de veludo o meu amor»
«São como as luzes da Avenida / os teus olhos Luísa amada / quem teima em os fitar / depois não vê mais nada.» (Julião Machado, in «Comédia Portuguesa», 15/6/1889).
Falsos cravos de seda ou papel, em manjericos aperaltados, que entram na igreja solteiros, e saem de lá casados. Santo casamenteiro, ele é de Lisboa, mas disputado por outras nações, porque de milagres todos são necessitados: é um santo que fala aos peixes (óptimo mercado de votos); não deixa que se partam as bilhas (do orçamento); e é popular - três características ambicionadas por todos os políticos.
A «cascata» é o retrato da vida, íngreme encosta que temos de subir, e em que os saltos sobre as fogueiras (do selo, profissionais, complementar, predial...) são o «eterno S. João do Zé-povinho» (J. M. Pinto, in «A Algazarra», 26/6/1899).
Saltar a fogueira é a tradição Joanina: «Na noite de S. João / Ao querer saltar a fogueira / Apanhei um encontrão / E roubaram-me a carteira.» (in «A Bomba", 25/8/1946)
Uma tradição com porros e alcachofras, e muitos percalços, porque se uns são mais ligeiros e afoitos de dedos, outros são mais pesados, de consciência: «O Governo, para festejar o seu S. João, acendeu a fogueira das economias (acumulações, interesses pessoais, gratificações...). E enquanto um dos festeiros salta por cima das terríveis e ferozes labaredas (das indignações e imprecações), os outros transidos de medo, esperam que o fogo abrande, para ver se podem saltar, sem chamuscar os fundilhos...» (Manuel Gustavo B.P., in «Ant. Maria» 27/6/1891).
«À porta do céu colocado, tem ele o direito de dar entrada, ou negá-la, a todos os que pretendem um lugar no céu. E enquanto dá a mão a um «crente», repele um «protestante», dando-lhe com as chaves no toutiço. Donde se prova que, embora seja S. Pedro, não é careca. Não, senhores, tem muito cabelinho... na venta!» (M. Pinto, in «Charivari», 29/6/1895).
S. Pedro, o santo das chaves, é que fecha as festas, mas seja a 13, 24 ou 29, são tudo noites para esquecer as mágoas, e cantar as marchas: «Ó meu S. (António, Pedro) João Baptista / Protegei esta cidade / Dai cabo dos Jesuítas, / Das manas da caridade.»
«CORO: Orvalhadas, orvalhadas, orvalheiras / Viva o rancho das moças solteiras.»
«Ó meu Santo / Atendei nossos desejos / Livrai-nos do peixe-espada, / Dai cabo dos percevejos.»
«CORO: Orvalhadas, orvaIheiras, orvalhadas / Viva o rancho das mulheres casadas.» (Nogueira, in «Os Pontos», 23/6/1901).

Tuesday, November 14, 2006

Argentina homenageia Caloi


Se inaugurará el monumento a Clemente
El Jueves 16 de Noviembre a las 18.00 horas, se inaugurará el monumento a "Clemente", en la plazoleta ubicada en la intersección de las calles Mitre y Diagonal Brown de la ciudad de Adrogué.La obra escultórica fue encargada a Fernando Rusquellas, quien fuera el realizador de los muñecos que dieron vida a los micro-programas de Clemente en televisión a partir del año 1982.Este acontecimiento implica un reconocimiento de la Municipalidad de Almirante Brown a un personaje de historieta "Clemente", que desde hace más de 30 años nos hace reír y reflexionar sobre la realidad que nos toca vivir.Ese Clemente, pájaro, pato o pollo, Clemente en fin, que se sitúa entre la memoria de arrabal y el profundo quiebre generacional de los 60; entre la pose canyengue y la nueva mirada cruzada por la militancia, el psicoanálisis y la cultura pop.Su autor, Caloi, (Carlos Loiseau), vivió en Adrogué, concurrió al Colegio Nacional, del cual egresó en 1966, año en que comienza a colaborar con los principales medios gráficos del país como dibujante (Revistas, Tía Vicente, Siete Días, etc).En 1967 se estableció en Burzaco, en 1976 establece su casa y su estudio en José Mármol, donde elabora dos instancias principales de la vida de su personaje "Clemente", las tiras del Mundial 78 y la aparición en TV del personaje en Canal 13 en 1982.Caloi, formó parte de los planteles de básquet del Colegio Nacional y de los veteranos del Club El Fogón de J. Mármol. Residió en el Partido de Alte Brown hasta 1992 forjando amistades que el devenir de la vida cimentó con caracteres indelebles. La trascendencia nacional de su arte se amplió a otros países como, Uruguay, Brasil, Venezuela, Colombia, México, Estados Unidos de América, Cuba, Puerto Rico, España, Italia, Francia, Bélgica, Alemania, China y Japón.

Wednesday, November 08, 2006

O Cartoon e o Início do séc. XXI

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
CONCLUSÃO

Algumas coisas aqui foram ditas e muitas ficaram por dizer. Cada país é um caso, é uma vivência diferente, e aqui procuramos os pontos mais comuns a todos. Falou-se de alguns problemas censórios; falou-se de alguns constrangimentos à liberdade de opinião; falou-se de algum desinteresse das pessoas pela intervenção cívica humorística, pela expressão irreverente do pensamento.
Muitas questões ficaram por abordar. Por exemplo, será que as novas gerações de cartoonistas têm bagagem cultural e jornalística para questionar de forma satírica os actos políticos e sociais? Ser Cartoonista editorial, para além de ter de ser um jornalista de sínteses; um artista do design de comunicação; um sociólogo visionário em irónico sobreaviso deverá ser uma mini-enciclopédia de culturas (metafóricas e alegóricas), de conhecimentos políticos e noticiosos.
Será que o cartoon consegue ainda motivar o público? Hoje a educação deficiente no âmbito cultural e filosófico dos jovens, fará perigar a “construção” de novos leitores? O número de publicações humorísticas é cada vez menor, principalmente no mundo dito democrático. Parece contraditório, mas este género de periódicos floresce mais nos regimes de opressão que em liberdade. É o espírito de sobrevivência que luta em desespero pela humanidade?
Será que o lado pedagógico do Cartoon deverá ser repensado nesta sociedade de intolerâncias? O Cartoon terá a obrigação de estudar melhor os lados opostos, para que ao mesmo tempo que critica, concilie culturas, harmonize tensões? Terá que ter em atenção que já não fala apenas com a comunidade local, mas com o planeta global?
Para da exposição “Cartoons para a Paz” da ONU, Plantu escreveu. «Os caricaturistas são muitas vezes postos em causa pela causticidade dos seus desenhos, o que é normal; mas nestes últimos anos apercebi-me que há um bloqueio entre as duas culturas opostas: a do Ocidente e a do Oriente, resvalando cada uma para a sua “capelinha”, de forma inconsciente ou não. Frequentemente, os desenhadores têm um anglo de ataque unilateral: o trabalho do caricaturista torna-se mais próxima à militância que à de jornalista. /…/ Acho que apesar de deverem continuar a ser cáusticos, agressivos e incisivos, tudo deveria ser feito sem ódios e sobretudo sem desprezo contra convicções religiosas de crentes ou dos não crentes. Claro que não se trata de uma regra moral a instituir, porque isso é contrário aos hábitos dos caricaturistas, mas somente uma maneira de pensar o nosso trabalho de um ponto de vista mais jornalístico. Que os desenhadores que têm a vocação de blasfemar continuem como querem. Eu desejo apenas que reflictam sobre a maneira como certos desenhos possam ser ressentidos em Beirute, em Paris ou Jerusalém. Já não estamos no início do séc. XX, época durante a qual os artistas-desenhadores davam livre curso aos seus pensamentos libertários ou anarquistas contemplando o seu umbigo. Bem-vindo ao mundo da Internet…»
A queixa que mais ouço dos cartoonistas, está relacionado com a prepotência de editores que lhe tolhem a sátira empurrando-os para a ilustração. O Cartoon editorial, ao ser um jogo de metáforas, de alegorias onde o comentário obriga a pensar, torna-se uma ameaça nesta sociedade de consumo de pré-fabricados. É um mundo de contrastes fortes a preto e branco, e não de sombreados e aguadas como é a escrita dos editores, dos comentadores. Um editorial, uma crónica não questiona, afirma, enquanto que o cartoon alerta. As pessoas não recortam um artigo para colar no placar ou no frigorifico, mas fazem-no com um cartoon… Por isso, neste mundo acelerado, onde os senhores do poder não querem que pensamos, há um pavor da imagem que possa inflamar opiniões, susceptibilidades, regalias adquiridas de quem está a controlar.
Perguntei se tinha havido mudanças na forma da sátira ao longo dos anos, mas a pergunta deveria ter sido se o jornalismo não terá mudado ao longo das últimas décadas. Ainda há informação objectiva, ou apenas opiniões de líderes de opinião? Há jornalismo de investigação, ou apenas tesoura e cola de textos de agências noticiosas? Nesses eventuais contextos, não será que o cartoon editorial (não o dos gags humorísticos) é incomodo para editores, para administrações mais interessadas em questões económicas, do que em intervenção jornalística?
No economicismo actual, o Cartoon dá “lucro? Alguns acham que sim. São cada vez menos, mas há periódicos que gostam de ter uma marca própria, um traço gráfico, uma opinião exclusiva que o diferencia. Hoje em dia, no mundo da globalização, ter um registo local, um reflexo específico de gosto irreverente para os seus leitores é quase um luxo e, por isso, muito importante.
Mas a maioria não quer ser específico, quer ser global. A maioria pressionada por números; acham que o Cartoon não dá lucro. Apesar de hoje em dia os publicitários desejarem fazer humor, as empresas têm muito medo deste estilo, e não apostam em jornais de humor.
Nesta era de “stand-up comedy”, todos acham que têm piada, e raros são os que têm humor. Muitos editores, também se acham engraçados, querendo impor os seus gags a desenhadores. Se eles acham que podem fazer isto na brincadeira, porquê pagar um ordenado a um cartoonista exclusivo, a um fazedor de “bonecos”? Por outro lado a economia de mercado fez despoletar o nascimento de múltiplas agências (Syndications) de desenhadores, que oferecem a preço de saldo, cartoons para todos os gostos. São baratos, não incomodam (se foram publicados em centenas de jornais, não é no meu que vai incomodar), enchem os espaços para os desenhos, são politicamente correctos…
Será errado dizer que o Cartoon editorial está em crise? Ou deveria dizer que a imprensa escrita está em crise? Isto é um ecosistema, e por muito que os jornalistas da escrita não queiram, a doença de um afecta a todos.
Não acredito que o Cartoon editorialista possa morrer, porque por cada cartoonista que desista, outro se levanta. Não nos podemos esquecer que se há jornalistas assassinados por investigarem a corrupção, a prepotência…também há vítimas no campo do cartoonismo. O palestiniano Naji Al-Ali é um símbolo de muitos outros que foram assassinados por ter ousado desenhar factos incómodos. O turco Turhan Selçuk é outro símbolo de resistência na tortura, a qual o levou á cegueira dos olhos, mas não das ideias. Como escreveu Wagner Passos, o cartoonista deve-se «impor sempre e nunca se entregar. Se o jornal demitiu o cartoonista, ele que utilize as mesmas páginas do jornal, pegue as folhas velhas, e faça um cartoon em molde vazado e saia a pintar as ruas. Um artista nunca se cala. Se aceita a censura ele está morto, apesar de seu corpo estar vivo. O poder chega transmitido pelo dono do jornal. Se tu és cartoonista e também dono de um jornal, o poder chega através das empresas que te patrocinam e são pressionadas pelo governo, pela igreja, ou por empresas maiores. Mas o jeito é pensar em formas alternativas. Existe muita corrupção no mundo, muito mais do que aparece nos media, muito mais do que acreditamos que exista. E todas as formas de corrupção e de ilegalidades, estão interligadas, desde o desvio de verbas, até ao tráfico de drogas e armas em guerras».
Não queremos acabar com ar fatalista. E curiosamente se este por em questão do Cartoon na Sociedade Contemporânea surge da questão das caricaturas de Maomé, uma das esperanças do cartoonismo está precisamente nos países muçulmanos (não apenas na Turquia e Irão, mas em muitos outros países), ou nos ditos em desenvolvimento… onde o humor tem sido uma arma de sobrevivência, uma arma para lutar pela liberdade de expressão, pelo progresso.
Dou a palavra a Stane Jagodic - «É no entanto encorajador, que o pensamento satírico faça incursões no mundo islâmico, tal como acontece nas exposições de cartoons realizadas em Istambul e Teerão. De ano para ano, os Turcos e os Iranianos estão a tornar-se melhores cartoonistas, não só na área do humor, como também na sátira. No aperfeiçoamento estético dos seus desenhos e na profundidade das suas ideias, superam por vezes as façanhas da sátira europeia. O catálogo, ou mais precisamente, folheto de uma exposição de Istambul, contem um cartoon bastante mordaz acerca do clérigo católico, cuja farpa estava inflexivelmente dirigida ao Vaticano – no entanto, nenhum europeu fez qualquer protesto acerca desse desenho. Posso referir que consegui inserir uma fotomontagem, nos catálogos de Teerão e Istambul, que não foi aceite em alguns Festivais de Cartoon europeus, conservadores. No júri destes Festivais, que felizmente não representam a maioria, o mito do cartoon “meloso” de Walt Disney ainda é forte»
Enquanto houver um sorriso inteligente, poderá haver esperança!!!

Tuesday, November 07, 2006

The cartoon and the beginning of the 21th century

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
CONCLUSION

A couple of things were said here but many are still untold. Each country is a situation, is a different mode of life and with this questionnaire we looked for the most common aspects among them. We talked about censorial problems; about some constraints to the freedom of expression; about people’s disinterest in humoristical civic intervention, in the irreverent expression of thought.
Many questions are still to be made. For instance, will the new cartoonist generation have cultural and journalistic capacity to question in a satiric way the political and social acts? To be an editorial cartoonist, besides being a synthesis journalist, a communication design artist, a visionary sociologist in constant ironic precaution, must also be a small encyclopaedia of cultures (metaphorical and allegoric), of political and news knowledge.
Will cartoon keep motivating the public? Will the current deficient cultural and philosophical education of young people put in danger the creation of new readers? The printed number of humoristic publications is getting smaller in the so called Democratic world. Is seems contradicting, but this kind of periodicals is prospering more in countries with oppression governments than in free countries. Is the spirit of survival desperately fighting for human kind?
Will we have to think and rethink about the cartoon pedagogical side in this intolerant society? Will cartoon be compelled to better study the opposing sides, criticizing and, at the same time, also reconciling cultures and harmonizing conflicts? Will a cartoonist need to have in consideration that he is no longer talking with his local community only, but also with the global planet?
In a Plantu’s letter on the occasion of an UNO organization, the exhibition ‘Cartoons for Peace’, he wrote: «Cartoonists are frequently questioned because of there caustic drawings, which is normal. Over the past years, I have noticed that there is a mutual lack of comprehension between two opposing cultures, East and West, with each side, whether consciously or not, merely serving its own purpose. Frequently cartoonists have a particular slant, in which case the role of the cartoonist is more of a militant than a journalist. To my mind, cartoonists need not stop thinking or drawing, but I do think that somehow there is a way to continue being critical, forceful and penetrating without hatred and, above all, without such a marked disrespect for the religious convictions of believers and non-believers alike. Of course, I am not talking about establishing some sort of moral rule to follow – that would be contrary to the nature of cartooning – but merely taking a more journalistic approach. Let cartoonists who feel the need to blaspheme continue to do so: I just want to make them think about how some of their drawings may be seen as offensive in Beirut, Paris or Jerusalem. We are no longer at the beginning of the 20th century, during which the artists gave total liberty to their liberation and anarchist thoughts by looking at umbilicus. Welcome to the world of internet.»
The artists commonly complaint about the editors’ despotism who restrain their satire, pushing them to illustration. The editorial cartoon by being a metaphor and allegory game, in which the commentary makes the readers think, becomes a threat in this consumption society of pre-manufactured. It is a world of strong contrast in black and white and not in shadier or wateriest like the editors and commentators writing. An editorial, a chronic does not question, it says, while the cartoon alerts. People do not usually cut out an article to put it in a placard but they do it with a cartoon… Therefore, in this stressed world, where the powerful lords do not want us to think, there is a fear that an image can stimulate opinions, susceptibilities, achieved privileges of whose in control.
I have asked if there were any changes in the satire way, along the years, but my question should have been if the journalism changes along the last decades. Is there still any objective information, or just opinions from opinion leaders? Are there any investigation journalism or just some cut-outs and gluing of texts from news agencies? In those eventual contexts, is the editorial cartoon (not the one from humoristic gags) annoying to editors, to administrations more interested in economic questions, than in journalistic intervention?
In the current economy, is cartoon profitable? Some say yes. There are periodicals (each time less), who would like to have their own graphic line characteristic, a distinctive and exclusive opinion. Nowadays in the world of globalization, to have a local importance, a specific reflex of irreverent style for its readers is almost a luxury, and therefore very important.
But, the majority of people do not want to be specific, they want to be like everyone else. The majority oppressed by members believe that cartoons are not profitable. In spite of, nowadays, advertising people want to make humor; companies are very afraid of that style and so they do not invest in humoristic newspapers.
In this stand-up comedy time, everybody is funny, at least they think that, and those who have humor are very rare. Many editors find themselves very funny, by imposing their gags to the artists. If they think they can do this for fun, why spending money with an exclusive cartoonist, with a scrawl maker?
On the other hand the marketing economy originated the creation of several Syndications of artists which offer at a sales price, cartoons for every style. They are cheap, they do not bother (they think - ‘If they were published in hundreds of newspapers they won’t make any trouble in this one), they fill the spaces for the drawings, they have political correctness…
Is it wrong to say that the editorial cartoon is in a critical situation, or should I say that the written press is in crisis? This is an ecosystem, and even if the journalists of the written press do not want to admit, we all get affected by others’ diseases.
I do not believe that the editor cartoon will die, because when a cartoonist gives up, there is another one who stands up. We cannot forget that if there are murdered journalists for investigating corruption, predominance… there are also victims among the cartoonists. The Palestinian Naji Al-Ali is a symbol of many others who have been murdered for having courage to draw annoying facts. The Turkish Turhan Selçuk is another resistance symbol who was tortured, became blind but only in his eyes and not in this mind. According to Wagner Passos the cartoonist must «always impose himself and never give up! If the newspaper fired a cartoonist, he should go out to the street and start painting the walls, and use the same pages of the newspaper, the old sheets and make a cartoon in an empty world. An artist never shuts up. If he accepts censorship, he will be psychologically dead. The power comes by the owner of the newspaper. If you are an artist and also the owner of a newspaper, the power comes by your sponsor companies and they are pressured by the government, by the church or by bigger companies. But the thing here is to think in alternative ways. There is a lot of corruption in the world, even more than it is announced in the media, much more than we have ever thought. And all kinds of corruption and illicitness, which are connected with each other, like funds deviation, drugs traffic and weapons in wars».
We do not want to finish this book with a fatalist mood. And curiously, if I decided to make this questionnaire because of what happened with the Mohammed’s cartoons, one of the big hope of the cartoon survival is in Muslim countries, or in the in the underdeveloped countries…where humor has been an instrument of survival, an instrument to fight for the freedom of speech, for progress.
Now I pass the word to Stane Jagodic: « It is however encouraging that satirical thought is also making inroads in the Muslim world, as demonstrated by the exhibitions of cartoons in Istanbul and Teheran. The Turks and Iranians are becoming better cartoonists year by year, not only in the field of humour but also in satire. In the aesthetic refinement of their drawing and the profundity of their ideas, they sometimes outdo the achievements of European satire. The catalogue, or rather leaflet, from the Istanbul exhibition, contains a rather cutting cartoon (by an Arab cartoonist) about the Catholic clergy, whose barb was uncompromisingly directed at the Vatican – though not a single European has protested about it. I should mention that I myself have managed to get into the Teheran and Istanbul catalogues with a photomontage that was not wanted at certain conservative European cartoon festivals. Among the selectors at these festivals, who fortunately do not represent a majority, the myth of the sugar-sweet cartoons of Walt Disney is still strong.»
While there is an intelligent smile, there is hope !!!

Sunday, November 05, 2006

The cartoon and the beginning of the 21th century



Desenhos de Omar Perez (Argentina) e Malagon (Espanha)

O Cartoon e o Início do séc. XXI

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
11) O humor é importante dentro do jornalismo contemporâneo e para o futuro da humanidade?
Do you believe that humour is important among the contemporary journalism and for the future of mankind?

Martin Turner (IRLANDA) - Essential
Pereiro (ESPANHA)- O humor é básico entanto que mecanismo de defesa
Harca (Espanha)- El humor es imprescindible porque ayuda a ver los problemas desde otro ángulo, a relativizarlos.
Daniel Ionesco (ROMÉNIA)- Cartoons in the newspaper are like ephemerides but with the impact of a bomb. When the mankind will stop laughing life is at stake if not gone for good. "Rido castigat mores" Romans again used to say.
Alejandro Barba (ESPANHA)- Sin duda, respecto a la humanidad digo: SÍ. En el periodismo es un tema más complicado puesto que existen agencias internacionales que aportan noticias a diferentes países, y se apuesta bastante por la formalidad. Habría que preguntarle a alguien más versado en temas periodísticos, aunque diré que como lector de vez en cuando me agrada dejar de ver tantos sentimientos de dolor y muerte reflejados en los titulares y fotografías, pues de tanta repetición estoy perdiendo la conciencia de lo que es el sufrimiento.
Wagner Passos (BRASIL)– Simmmmmmmmmm
Zé Oliveira (PORTUGAL)- O humor é importante em toda a dimensão da vida.
Juan Ramón Mora (ESPANHA)- Lo cierto es que permanece porque forma parte de nosotros, en el periodismo o en cualquier otro gremio está presente el humor aunque no siempre podamos verlo. Para el futuro de la humanidad será importante porque permitirá a generaciones venideras poder divertirse leyendo "anuarios ilustrados" que permitirán ahorrarle leer toneladas de letras.
Andrey Feldshteyn (RUSSIA)- You could as well ask: “Do you believe in life without water?” The sense of humor was always an important instrument of self-regulation in the modern society. It still is and will be a wonderful healing mean from the political illnesses like totalitarianism, fascism, and fundamentalism.
Ermengol (Argentina)- El humor fué, es y será importantísimo y muy necesario dentro del periodismo. En medios de comunicación llenos de noticias negativas el humor se convierte en bombonas de oxígeno para continuar pasando páginas. Si perdemos el humor el futuro de la humanidad aún será más negro de lo que és.
Raquel Orzuj (Uruguay) – Hoy en dia, la identidad humorística de los pueblos, se transmite entre otras maneras, a través de la prensa escrita y digital. La propia publicación del humor, va conformando la historiografia, no solo del humor gráfico, sino de la predisposición ciudadana a determinados enfoques. Optimistas e risueños de hechos serios y críticos, que sin duda alientan los pensamientos justicieros y pacifistas, mundialmente deteriorados.
Nando (Argentina) - Si, lo considero importante tanto para el hoy como para el futuro.
Bernard Bouton (França)- Humour is very important for the future of mankind
Tatyana Tsankova (Bulgária) - Humour is not only important; it brings in colour, curiosity and keen interest; it pulls, often with quite some effort, the intellectual level of the society leadres who, due to one or another reason, as well as personal fears, take themselves seriously in earnest. It is a must for a journalist to have an inherent sense of humour.
Marlene Pohle (Alemanha) - Hay que perseverar. El mundo no es perfecto y dista mucho de llegar a serlo. El dibujo de prensa como arma contra las injusticias logró tener su lugar en los medios, y debemos estar alertas para reafirmar y para proteger este sitio conquistado. En nombre de la preciada e imprescindible libertad de expresión.
Omar Zevallos (Peru) - Creo que si, que el periodismo contemporáneo necesita del humor para darles a los lectores un punto de vista distinto; y porque la humanidad necesita reir para no morir de angustia.
Eduardo Welsh (Portugal) - O humor tem técnicas de fazer as pessoas compreender uma situação sem recorrer a uma explicação racional. Quanto à busca do Santo Graal do cartoon. Acredito que passou pelas mãos do cartoonista David Low e do seu amigo Coronel Blimp nas décadas 30 e quarenta do século passado. Parece-me que a certa altura Low confiou-o ao cartoonista Chinês Feng Zikai que conseguiu preservá-lo em segurança até a Revolução Cultural…
Andy Davey (Grâ-Bretanha) - Yes, humour is essential. Absolutely essential to our sanity.
Dário Banegas (Honduras) – Por supuesto que sin humor es imposible vivir.
Siro Lopez (Espanha) - Non hai nada máis importante que o humor no mundo intelectual. O sociólogo Ernst Kris dixo que o nacemento da caricatura a comezos do XVII fora tan importante para a liberdade de pensamento, como fora o descubrimento do telescopio por Galileo. A gran aportación de Cervantes á literatura foi anunciar a novela moderna co Quixote, e, sobre todo, crear un xénero absolutamente novo: o humorismo, que habería dar os mellores froitos nos séculos posteriores. O humor en todas as diferentes manifestacións –comicidade, sátira, humorismo, humor macabro, negro, etc.—é parte valiosísima do patrimonio cultural europeo. O senso do humor é a proba do nove da nosa madureza intelectual. Unha proba que deberiamos facérmonos cada noite, antes ou despois de rezar ao noso anxo da garda.
Nano (Costa Rica) - Sí, muy importante en el periodismo del pasado, del presente y del futuro. Son cosas que no se pueden desunir. El humorismo es como la cereza en lo alto de un extraño pastel. La prensa lidia todos los días con acontecimientos buenos y malos y el humorista es quien transforma todo eso para convertirlo en una sonrisa, pero no para contrarrestar la violencia, ni la guerra, o la corrupción cara a cara, sino para hacer pensar que es al fin de cuentas su misión principal.
Derkaoui Abdellah (Marrocos) - i think humour is the most important among the contemporary journalism tell it with a smile - is the motto of all cartoonist ...humour is what make defference between cartoon and illustration press . Humour is a nessecity to all manking it s the spot light which focus the dark side of the man.
Farid Ouidder (MaRrocos) - Absolument. Je vois mal comment la presse pourrait fonctionner sans humour et sans dessins de presse. Aussi développées qu’on puisse l’imaginer, l’humour est un ingredient incontournable dans la presse de demain.
Stane Jagodic (Eslovénia) - Humour and satire are vital, since it is these qualities that separate us from the animals. Where there is no laughter there are no longer genuine tears
Carlos Brito (França) - Sim
Kap (Espanha) - El humor hoy no es nada importante dentro del periodismo. En cambio el humor es muy importante para el futuro de la humanidad.

Saturday, November 04, 2006

The cartoon and the beginning of the 21th century - 10

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
10) Os políticos da sua terra sabem rir? Riem de quê?
Do the politicians of your country know how to laugh? And what do they laugh about?

Martin Turner (IRLANDA) - Fortunately I don't mix with politicians. I expect some of them have a sense of humour. I know a few that don't.
Pereiro (ESPANHA) - Os políticos carecem de sentido do humor, nao admitem a crítica.
Harca (ESPANHA) - Los de centro izquierda si. Los de derechas no tienen sentido del humor.
Daniel Ionesco (ROMÉNIA) - They know to laugh better than to make politics. They laugh about others identical as they are but never about themselves.
Alejandro Barba (ESPANHA) - De cara al público me parecen de lo más soso; ninguno en un acto público se ríe con sinceridad. Todo va orientado a preservar su imagen y ganar puntos, y hasta tienen asesores para ello. Si meten la pata no lo reconocen y se desvía el tema, y realmente es lo que deben hacer si quieren seguir en su cargo. La imagen tiene un valor tal que si hoy día nos muestra algún aspecto, éste permanece para la mayoría. Es muy poderosa, y es capaz de echar abajo murallas. Sí tengo que decir que oí decir a Guillermo, uno de los autores de la revista humorística El Jueves, que los mismos políticos le han solicitado salir en sus tiras, porque ello es síntoma de que están de actualidad y por ello vivos en el sistema; el que no sale en los medios es olvidado pronto.
Wagner Passos (BRASIL) - Eles têm medo do que fazem as pessoas rirem, nao aceitam a critica
Zé Oliveira (PORTUGAL)- Os políticos da minha terra riem, sim. Riem de quem os elege.
Juan Ramón Mora (ESPANHA)- Algunos saben pero no lo practican mucho, hay varios que son potencialmente humoristas, me gusta Labordeta y algún otro suelto, pero los líderes suelen ser como de cartón piedra, menos mal que los dibujantes se encargan de darles ese lado humano que a veces parecen ir perdiendo. No se de que se ríen los políticos al igual que nunca supe de qué se ríen las hienas o de qué lloran los cocodrilos.
Andrey Feldshteyn (RUSSIA) - I do not think that they laugh sincerely. There was just one exception with Vice-President Gore: his appearance on Comedy Channel after his loss in election was hilarious. President Bush is usually laughing about his own stupid blunders. His laughter is well counted; it is a part of his political image (a common guy from Texas.)
Ermengol (ARGENTINA) - A los políticos no les queda más remedio que reír ante la imposibilidad que les da la Democracia de censurar al que produce la risa. Los políticos apoyan cada vez más su estrategia en la imagen más que en las ideas y por lo tanto una ridiculización de su imagen, por parte de un cartoonista, es un agujero en su línea de flotación.
Raquel Orzuj (URUGUAY) – En Uruguay, por primera vez, desde su independencia, asumio un gobierno de izquierda, se rien menos que los de centro. El Presidente Uruguayo mas humorista que conocí, fue Jorge Batlle, su inteligencia y sus antecedentes familiares (Padre, Tio-abuelo, Presidentes) le otorgan una fluidez comunicativa y una autoestima elevada, condiciones indispensables para pensar con humor. En general, Jorge Batlle se rie de situaciones políticas y de si mismo.
Nando (Argentina) - Si, claro que se ríen. Estoy casi convencido que se ríen de nosotros…
Bernard Bouton (FRANÇA)- The politicians of my country maybe know how to laugh, but not in public...
Tatyana Tsankova (Bulgária) - Our politicians wear crooked smiles while judging which side of the face the camera is taking them.
Marlene Pohle (Alemanha) - El país donde vivo y trabajo actualmente es Alemania, y creo que los políticos alemanes sí aceptan las críticas gráficas. Es una pena que éstas sean, no obstante, bastante escasas, y no porque no haya artistas críticos (hay muchos cabaretistas exitosos), sino porque los medios no ofrecen muchas posibilidades de publicar.
Omar Zevallos (Peru) - No todos. La mayoría no saben reirse, pero sí provocan mucha risa.
Eduardo Welsh - Os políticos da Madeira passam o tempo a chamar o povo “inteligente” e “superior” e a elogiar a sábia escolha de lhes ter eleito. Logo deduzo que sabem rir.
Andy Davey (Grâ-Bretanha) - Politicians, sadly, cannot laugh about themselves until they are out of office.
Dário Banegas (Honduras) – Se riencuando se trata de ridiculizar a otros. De si son muy pocos los que tienen esa capacidad.
Siro Lopez (Espanha) - En Galicia temos unha especial vivencia do humor. Somos un pobo de humoristas, de aí que os máis dos políticos teñan senso do humor e saiban rir de si mesmos. Porén, hai tamén políticos que non teñen chisco de senso do humor, e iso é unha eiva grave porque o humor é pedra de toque do politico. Amólame dicilo, pero é verdade: hai máis senso do humor nos políticos da dereita que nos da esquerda socialista e nacionalista. ¿Por qué? Supoño que é un problema de inseguridade. Os da dereita están tan afeitos a mandar, que se moven no poder como peixes na auga; os da esquerda son recén chegados, andan con pés de chumbo e en calquera movemento ven unha agresión. É triste recoñecelo, pero hai membros do actual Goberno galego que se sinten agredidois cando se ven en caricatura, en calquera caricatura.
Nano (Costa Rica) - Los políticos de mi país saben reír. Se trata de un fenómeno extraño. En otras lalitudes los que tienen el poder se reúnen para saber qué o quienes dicen cosas sobre ellos para tomar o no represalias. En Costa Rica los políticos se reúnen para saber el último chiste sobre ellos y reír juntos. La diferencia es extraña porque no suelen tomar absolutamente ninguna decisión al respecto, o sea no sucede nada. El pueblo suele reír pero la reacción pasiva del político hace que el humorista sienta que todo quedó en el aire. No es que uno quiera una venganza, ni que le vigilen la casa, ni lo metan preso. Me cuentan colegas de Honduras por ejemplo que ellos son invitados a las giras del presidente para que tengan información de primera mano (cierta o no, ya sabrá el editor si la utiliza) pero al ignorar la crítica aunque esta sea dura, dá la impresión que no se hizo nada. Nunca pude saber si es una estrategia del político o es una humorada más de las que suceden por aquí. Por ese motivo es que el humorista en Costa Rica es un personaje anónimo (físicamente hablando) un lector me contó un día que los humoristas eran como los Ovnis: todos hablan de ellos pero nadie los ha visto nunca.
Derkaoui Abdellah (Marrocos) - i guess the politicians know now to laugh but they prefer to about other politicians their adverseries of course
Farid Ouidder (MaRrocos) - Malheureusement pas tous. Si certains, en général, ceux qui ont été journalistes ou ceux qui dirigent des publications peuvent comprendre la presse et ses dessins piquants ; d’autres acceptent moins ces dessins et y voient une atteinte à leurs images et à leurs statuts. D’ailleurs , plusieurs procès ont été intentés contre la presse. Les caricaturistes quant à eux, utilisent, généralement, ce « filtre » qu’est l’AUTOSENSURE pour éviter tout éventuel problème.
Stane Jagodic (Eslovénia) - The current authorities here are digging through the past, reopening the wounds of the second world war and the postwar period, and so politicians are little inclined to laughter – and ordinary people even less so. Otherwise, we Slovenes love to laugh, and the countryside I myself come from is famous for its humour and playfulness.
Carlos Brito (França) - Não cultivo relações pessoais com os políticos da minha terra. Portanto, não sei do que riem.
Jonathan Shapiro (Africa do Sul) - I would have said they know how to laugh until I was sued for a massive amount by a powerful politician. But seriously, I think on the whole South African politicians are used to being ridiculed and satirised. I have met many of them and mostly they seem to take cartoons in their stride. Many of them like seeing themselves in cartoons if the caricature is good, even if the cartoons are critical of things that they say or do.
Kap (Espanha) - Los políticos de mi tierra han asumido que deben reír, pero no creo que les guste. Como todo el mundo se rien a gusto hasta que les tocamos a ellos.

Thursday, November 02, 2006

The cartoon and the beginning of the 21th century -9

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
9) O riso é um acto de inteligência, ou uma falta de juízo? È má educação rir das coisas ditas sérias, quando elas são as menos sérias perante o riso da inteligência?
Is laughter an act of intelligence or a lack of common sense? Do you think that laughing about serious issues (they are the least serious before the intelligence laughter) is bad manners.

Martin Turner (IRLANDA) - Laughter is the first sign of civilisation (hoho)
Pereiro (ESPANHA) - O riso é poderoso e o máis sério.
Harca (ESPANHA) - La risa es un acto de inteligencia y hay muchas cosas "serias" que hacen reir muchísimo.
Daniel Ionesco (ROMÉNIA) - Many laugh of different reasons. There are many ways of laughs. It's a human normal reaction to laugh at an unusual, atypical and out of the order issues. Having the quality of self irony and of the understanding of the precariousness of life in general, someone can have a positive reaction facing a negative fact, which is hilarious. Black humor is a healthy way to avoid melodrama.
Alejandro Barba (ESPANHA) - La risa es salud, lo dicen los médicos. El problema es que muchas veces el humor va dirigido a atacar a otras personas. De alguna forma, no supone un agravio siempre y cuando sientas que formas parte de lo mismo. A nadie le importan las bromas de su gente cercana. Si se encuentra el clima adecuado para reírse de un tema serio me parece genial, y bueno para la mente. Sólo cuando las cosas se sacan de contexto pueden parecer de mala educación o falta de sentido común; y ocurre muy a menudo por la gran capacidad de difusión de Internet.
Wagner Passos (BRASIL) - Rir é o melhor remédio sempre.
Zé Oliveira (PORTUGAL) - O riso é uma necessidade terapêutica. É má educação rir das coisas tontas e, principalmente, das pessoas tontas. Mas é necessário rir das coisas muito sérias ditas por pessoas muito sérias. Porque esses é que são os ridículos.
Juan Ramón Mora (ESPANHA) - Si reir es un mecanismo de defensa es porque hay algo que nos amenaza, cualquier reacción humana que nos haga sentir bien no debería ser considerada una falta de juicio, creo que es un acto de humanidad. Entiendo que haya gente que no tiene sentido del humor, menos mal que para eso estamos nosotros.
Andrey Feldshteyn (RÚSSIA) - Laughter is not just an act of intelligence; it is a mean of survival. Sure, we can laugh about serious issues. But again the rule “do not harm innocent” should be applied. Think about audience, place, and time.
Ermengol (ARGENTINA) - La risa debe ser siempre un acto de inteligencia aunque tengo dudas de que así sea cuando se rie Bush, por ejemplo. La risa es la fiesta del cuerpo, decía alguien inteligente. La inteligencia se tiene o no se tiene. La risa hace miedo a los que carecen de sentido del humor. Un día escuché una frase que me gustó mucho: "Un cartoonista es un mosquito que no puede parar una locomotora de tren, pero puede picar al maquinista".
Raquel Orzuj (URUGUAY) – La risa es la expresión inteligente de valores profundos, amor al projimo. Un catalizador de odios, rencores. “La risa es salud”.
Nando (ARGENTINA) - Creo la risa es un acto humano y de inteligencia. Puede ser un acto de mala educación si la misma está en el marco de una burla sobre alguien que está sufriendo un mal. Considero que los temas tratados con seriedad pueden tener una válvula de escape en el humorismo y no por ello perder su esencia.
Bernard Bouton (FRANÇA) - Laughing about serious issues is an act of intelligence !!!
Tatyana Tsankova (BULGÁRIA) - Laughter is vigour, energy which directly sends signals to those around. Without pigeon-holing it, because out of experience we are convinced that it has thousands of shades, we believe that humour which causes laughter is a very serious subject to study.
Marlene Pohle (ALEMANHA) - Estudios médicos recientes confirmaron que reír es la base de la salud. Habría que tener esto en cuenta.
Omar Zevallos (PERU) - Es un acto de inteligencia sublime, porque la risa es cosa seria.
Eduardo Welsh (PORTUGAL) - O riso tanto pode ser um acto de inteligência como de estupidez. Como observa Christopher Hitchens, o riso nem sempre é um som saudável: “Laughter can be the most unpleasant sound; it’s na essential element in mob conduct and is part of the background noise of taunting and jeering at lynchings and executions. Very often, crowds or audiences will laugh complicitly or slavishly, just to show they “see” the joke and are all together. (The worst case is the unfunny racist joke, requiring the least effort to trigger a laugh response. But there are also consenus comedies so awful that they require the post-Pavlovian imposition of a dubbed-in “laugh track.”) It´s therefore not ture to say, as some optimists do, that humor is essentially subversive. It can be na appeal to the familiar and the clichéd, a source of reassurance through shared hilarity.” Christopher Hitchens Letters to a young contrarian Perseus Press, 2001, pagina 116.
Andy Davey (GRÃ-BRETANHA) - No. laughter is the sane response of the rational man/woman to the insanity of the news media.
Dário Banegas (HONDURAS) – Reirse es un acto de inteligencia e reirse de si mismo es la mas elevada muestra de la inteligencia humana. Reirse es desmistificar las cosas. No hay nada serio, ni la muete misma, que no pueda ser abordada con humor.
Siro Lopez (ESPANHA) - O riso pode ser louco ou cordo; pode ser unha resposta torpe ou unha resposta intelixente, segundo os casos. o riso tivo carácter máxico no mundo celta. Merlín ría sempre que facía algunha profecía, aínda que fose para anunciar algo terrible. Tamén rían os cabaleiros no combate. Pero a min interésame moito máis o sorriso que provoca o humorismo cando chega á intelixencia e á conciencia do lector. Do humorismo podemos afirmar que ten dous límites: o do riso polo riso, na comicidade, e o das bágoas na desesperación ante a traxedia. As persoas serias fan rir, de aí que de alguén moi serio digamos que ten a seriedade do burro. O certo é que a misión do humorista é descubrir o que hai de ridículo no aparentemente serio e o que hai de serio no aparentemente ridículo. E se non nos ven o lado ridículo, é que non nos ollaron ben.
Nano (COSTA RICA) - Somos los únicos seres pensantes que reímos con conocimiento de causa, por lo que reír se convierte en un acto de inteligencia (nunca una falta de juicio) No creo que reírse de las cosas serias sea un acto de mala educación ya que hacer reír es un asunto serio.
Farid Ouidder (MARROCOS) - Sans doute, le rire est un acte intelligent. A mon sens, rire aujourd’hui, bien qu’en apparence, il pourrrait parraitre comme une folie a cause de ce qui se passe dans le monde : les guerres, les coflits, la pollution dans le monde,…. Rire de la réalité suppose déjà une bonne appropriation de l’actualité, une connaissance profonde de ce qui se trame dans le monde et un désir de faire quelques chose aussi simple soit elle pour y rmedier.
Stane Jagodic (ESLOVÉNIA) - Normal laughter is an act of intelligence. We are familiar with several types of laughter: the visual guffaw, the smirk, the giggle, the grin and the smile at playful spirits.
Carlos Brito (FRANÇA) - O riso é uma necessidade de sobrevivência. Má educação é não saber rir.
Kap (ESPANHA) - La magia de la risa es que es a la vez un acto de inteligencia y la falta de juicio. Que es de mala educación reírse de las cosas serias, pero precisamente que éstas son las mejores de las que reírse. Que lo más inteligente es reír sin pensar demasiado. Que lo más risible es el chiste más inteligente.

Wednesday, November 01, 2006

The cartoon and the beginning of the 21th century - 8

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
8) Há sentido de humor na sociedade ou o esvaziamento ideológico contemporâneo também fez a sociedade perder o sentido do riso inteligente?
Is there any sense of humour on the society or the present day ideologic emptying made the society to lose the sense of the intelligent laughter?

Pereiro (Espanha) - Morreu o sentido do humor, mais ainda não se confundem o oriente e o occidente
Harca (ESpanha) - El vacio ideológico implica también desentenderse del humor inteligente.
Daniel Ionesco (Roménia) - I've already answered that above. The lack of the morality in humor makes a less intelligent statement.
Alejandro Barba (Espanha) - Sí que hay sentido del humor en la sociedad, sólo que a lo mejor bastantes temas que hoy se nos muestran son esquemas muy repetidos que conviene renovar (en la televisión española se puede ncontrar múltiples ejemplos, como Los Simpsons, pues han repetido cada temporada yo no sé cuántas veces, diez o doce). El vacío que hoy sentimos es una constante casi inevitable de esta época, pero yo observo que lo combatimos en forma de pequeños grupos, asociaciones en las que nos sentimos a gusto, a refugio del hielo de la colectividad global. Ahí se encuentra calor, pero claro, hay tanta multiplicidad que el que pretende hacer un humor dirigido a la masa no sabe bien cómo llegar a tantos, y cae en lo manido o fácil, perdiendo agudeza. Quizás la oportunidad estribe en partir de algo muy local que por sí mismo sea capaz de hacerse global; un micromundo que siga sus propias características pero en el que se desvelen temas que sí es cierto que nos preocupan a todos. Así, al descubrirlos dentro de un grupo diferente al que tú mismo te adhieres eres capaz de entender a otros y recuperar esa familiaridad que uno necesita para soltar unas risas.
Wagner Passos (Brasil) - Há inanição individual da sociedade... o individualismo é demasiadamente exagerado na atual sociedade, ninguem pensa no conjunto.
Zé Oliveira (Portgal)- Humor é a constatação da verdade límpida, é o bem-estar, é a cordialidade, é a tranquilidade, é a justiça, é a saúde. Ou a procura disso tudo, em exercício alquímico de catarse.
Juan Ramón Mora (Espanha) - Humor hay, este país es cuna de grandes humorista anónimos, de cualquier acontecimiento surgen rapidamente chistes populares, la calle es rica en risas, la nota negativa se la lleva una vez más la política que se empeña en el bipartidismo de la opinión, que todo sea o blanco o negro, pero aquí estamos nosotros para que los grises sean considerados colores.
Andrey Feldshteyn (Rússia) - There is no such thing as an “averaged” sense of humor of the society. Different people are laughing on different things. And, as at all times, most of them prefer stupid jokes, tasteless anecdotes.
Ermengol (Argentina) - La referencia que tenemos en occidente Estados Unidos, parece que fuese el modelo a seguir y eso me asusta. El norteamericano medio está padeciendo un embrutecimiento total, les están quitando su capacidad de ser críticos y lo alarmante es que es una estrategia friamente calculada por los ideólogos de de este siniestro imperio del miedo. El gobierno norteamericano gobierna a base de golpes de miedo que todo el mundo se cree y que comienza a exportarse. Eso lleva a perderse el sentido del humor, ya no es posible hacer humor sobre terrorismo, por ejemplo, en EEUU. El cartoonista que quiera hacer un chiste sobre terrorismo podría ir a Guantánamo en el país más libre del mundo, siempre según ellos mismos.
Raquel Orzuj (Uruguay) – El humor es un instrumento en la educación de la familia y de la sociedad toda. El humor, debe ser casi una filosofía de vida. “La risa es el camino mas corto”, es el espacio, para repensar y reenfocar los hechos. No reírse “de” sino “con”. Esa conjunción aproximativa, que otorga el absurdo, la sátira, el verdadero humor, puede ser el inicio de un tratado de paz, o de un casamiento.
Nando (Argentina) - Considero que el Cartoon está en un momento crucial de su existencia. Las sociedades que están (al menos desde lo económico) cómodas, pocas veces tienen ganas de ver y reflexionar con humor la realidad política y social cotidiana. A la hora de reírse, el público busca soluciones cada vez más pasatistas (no comprometidas). No es casual que en mi país (Argentina) no existan, en este momento, revistas de humor gráfico en la calle. Los pocos proyectos que surgieron en los últimos años no han pasado de los primeros números. Si las hubo en momentos de dictadura donde nada se podía decir y el Humor Gráfico fue la primera válvula de escape. Considero entonces, que El Humor Gráfico deberá buscar nuevas formas de expresión y de contacto con los lectores de la prensa.
Tatyana Tsankova (Bulgaria) - .It is not by chance that our motto is The World Lasts Because It Laughs - literally or figuratively. Where remarks are simple, a perfunctory effect is sought, and the artist is short of something...
Marlene Pohle (Alemanha) - Por suerte el sentido del humor existe en su sentido general. Hay pueblos que lo tienen más desarrollado que otros, pero igualmente no me creo que ciertos grupos étnicos o pueblos perseguidos por guerras y hambre tengan mucho de qué reír.
Omar Zevallos (Peru) - Si hay sentido del humor y creo que el humor será lo último que perderá la humanidad.
Chuck Asay (USA) -. Everyone likes to laugh, I believe, but some people have a hard time laughing at issues that come close to their bad experiences. Many political cartoonists see themselves as entertainers. I don't see myself as an entertainer. I just want to warn the idle, encourage the timid, help the weak and be patient with everyone. (1 Thessalonians 5:14)
Eduardo Welsh (Portugal) - Não existe um esvaziamento ideológico. Apenas não existe aquela divisão clara entre a esquerda e a direita que de certo modo facilitava um posicionamento ideológico. A ideologia continua à nossa volta. A propaganda e o marketing são tão omnipresentes que muitas vezes não conseguimos identificar a manipulação de ideias. Continuamos a ver o mundo numa certa forma ou noutra, conforme a nossa cultura política.
Dário Banegas (Honduras) – La sociedad subdesarrollada culturalmente no tiene un sentido del humor tan fino. Mucha de nuestra gente tiene un “Humor negro” que le hace “reirse sin sentido” y no con sentido del humor.
Siro Lopez (Espanha) - No mundo occidental hai senso do humor e son minoría as persoas que se escandalizan ante unha mofa intelixente das persoas ou institucións , como a Monarquía ou a Conferencia Episcopal. Os intolerantes resultan ridículos, aínda que poidan ser perigosos. As sociedades do mundo oriental son outra cousa, porque non desenvolveron o individualismo que trouxo a Europa o Renacemento, e o subxectivismo e a subxectividade sonlles principios psicolóxicos descoñecidos, de aí o seu fanatismo, que é unha actitude absolutamente antihumorística.
Nano (Costa Rica) - He tenido la oportunidad de trabajar para los mejores medios de mi país y puedo afirmar que el humor es una de las mejores armas para denunciar. El pueblo se identifica con el humorista y piensa que éste tiene el ingenio necesario para decirle al que está arriba lo que él mismo hubiera querido decirle. Mis temas han girado sobre todo en el campo editorial con temas sociales, políticos, económicos, etc., aunque también he hecho humor por humor y tira cómica. Uno siente que ha habido empatía con la población. En mi país el público posee un agudo sentido del humor y ha sido capaz de haber aprendido a pensar. Los que carecen de sentido del humor son los medios, que publican chistes del tamaño de una estampilla de correos (y cada vez con menos frecuencia)
Farid Ouidder (Marocos) - la société contemporaine regorge de situations qui portent à l’humour, l’hypocrisie, les esprits maléfiques,la violence, la non tolérance … sont autant de sujets qui pimentent ce quotidien et qui le rendent riche en situations humoristiques ; très souvent , la réalité est beaucoup plus cruelle, plus ironique que la caricature elle même.
Stane Jagodic (Eslovénia) - What our modern capitalist society wants is the insipid laughter provoked by wretched humorous TV programmes and the tabloid press. The consumers of global glitter do not require intelligent laughter, they need animal entertainment.
Carlos Brito (França) – O «riso inteligente» depende de cada um e não é forçosamente o mesmo para todos.
Kap (Espanha) - Hay sentido del humor en la sociedad. El reír es como el comer, dormir o follar, una necesidad básica del ser humano. Lo que pasa que la sociedad condiciona el tipo o el estilo de humor que hace reír o no hace reír a los componentes de esa sociedad. En nuestra sociedad actual, he detectado una regresión en el sentido del humor, es decir, que la mayoría prefiere la risa de sal gorda, la risa chabacana, la carcajada primaria del garrotazo y la falta de respeto, la risa dirigida al estomago, antes que un humor sutil, una ironía inteligente, antes que la sonrisa amable dirigida al corazón y al cerebro.

Anna Politkovskaya


Na Rússia de Putin há liberdade de imprensa, mas quem publica sabe que no dia seguinte poder ser cortada a electricidade no prédio do jornal, que pode ter uma inspecção surpresa das finanças que conseguem arranjar sempre “algo”… E se tudo isso nada servir, então há uma bala à espera do jornalista, do cartoonista, de quem pense que pode ter total liberdade de expressão. Essa a lei das máfias, essa a lei que impera na Rússia e que cala as sátiras, que mata jornalistas como Anna Polistkovskaya.
O Interplanetary Cartoon Club decidiu responder ao brutal assassínio da jornalista independente Anna Politkovskaya com o único meio que dispomos: O desenho satírico. Convidamos cartoonistas de todo o mundo a participarem numa exposição virtual dedicada à sua memória. Vejam os contactos no artigo já aqui o publicado durante o mês de Outubro. Segue contributo do nosso amigo Carlos Brito, cartoonista do Canard Enchainé em França.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?